A Crise vai passar. Quando e o que fazer
Em meio à crise mais profunda dos últimos 25 anos, a economia brasileira passa por um período de purgação, que tudo faz crer tende a se encaminhar para o final.
Neste contexto nacional de recessão e crise fiscal, Pernambuco e o Recife foram também fortemente impactados. Todavia, como em outras crises anteriores que o Brasil enfrentou, esta também vai passar. Quando isso deve acontecer e o que pode e deve ser feito até lá, foi tema da palestra que o consultor Francisco Cunha, diretor da TGI Consultoria em Gestão, fez no lançamento da Agenda TGI 2016, no Teatro RioMar.
Mundo
A economia mundial pode impactar o Brasil em 2016 a partir de três principais mercados: Estados Unidos, Europa e China. O aperto monetário nos Estados Unidos, com a elevação dos juros, pode começar agora em dezembro. Juros mais altos nos EUA prejudicarão diretamente o Brasil pela diminuição do fluxo dos recursos externos para investimentos.
A Zona do Euro enfrenta o desafio da manutenção de uma moeda única em um mundo impactado pelas turbulências externas à Europa que se traduzem em grandes fluxos migratórios e insegurança. O terrorismo, a partir do último ataque a cidade de Paris, mostra-se forte e com impacto direto na economia e na sociedade.
Na China, começa a se consolidar a diminuição do ritmo de crescimento. Do patamar histórico de aumento do PIB em uma média de 10% ao ano, nos últimos 30 anos, consolida-se, agora, uma queda para patamares próximos a 7%.
Brasil
O país seguirá enfrentando a conjugação de duas graves crises: econômica e política. A gravidade das duas fomenta uma crise ainda maior de expectativas. A desconfiança da população faz diminuir o consumo e há uma redução acentuada dos investimentos. E qual a saída?
Existem duas possibilidades: para a primeira, de fora para dentro, não tem muito o que fazer. Trata-se de observar e esperar passar. Mas, de dentro pra fora, internamente nas empresas, alguns cuidados ajudam a enfrentar a turbulência. Primeiro, cuidando do caixa. Segurar despesas e alguns investimentos mais onerosos. Realmente investir no que é essencial à empresa. Depois cuidar das pessoas. O maior bem de uma empresa são os empregados. Se tiver que reduzir o quadro, que seja com todo o respeito, preservando ainda um ambiente saudável para quem fica.
Outro ponto é manter a comunicação transparente. Deixar a equipe ciente do que está acontecendo na empresa, não esconder a informação, é a melhor saída. Quanto mais clara comunicação, melhor para a organização. E tentar driblar a conjuntura ruim inovando. Esse período de crise pode significar oportunidade. É essencial inovar no atendimento e oferecer novos serviços. Tudo com a certeza de que a crise vai passar e quando isso acontecer as empresas estarão mais fortalecidas e estabilizadas.
Pernambuco
Como um dos espelhos da economia atual no Brasil, o Estado sofre com o severo ajuste fiscal federal. Por outro lado, Pernambuco está muito mais fortalecido para o enfretamento hoje, do que nas crises anteriores que assombraram o país. O Estado recebeu grandes investimentos industriais e outros que ajudam a segurar o momento, mesmo requerendo trabalho árduo dos agentes econômicos e do governo.
Recife
Para Francisco Cunha, o Recife, apesar de também fortemente impactado pela crise fiscal, deverá seguir com o pioneiro foco no planejamento de longo prazo. Destaque para o Projeto Recife 500 Anos, iniciado este ano. Nesta abordagem de longo curso, projeto Parque Capibaribe segue como caminho mais viável e inovador para os intensos desafios de longo prazo da cidade.