O inverno começa, oficialmente no Brasil e em todo o Hemisfério Sul, no próximo dia 21 de junho. Não por coincidência, nesta data também é celebrado o Dia Nacional de Combate à Asma. A chegada do período mais frio e chuvoso acende o sinal de alerta para os portadores da doença, uma vez que os sintomas costumam piorar nesta época do ano. No Nordeste, ainda há o agravante da fumaça, proveniente das fogueiras e dos fogos de artifício, tradição do período junino. 

A asma é a quarta maior causa de hospitalização no Brasil segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse dado representa, conforme informações do Ministério da Saúde (DataSUS), cerca de 350 mil internações por ano. É uma doença que acomete 20 milhões brasileiros aproximadamente e possui um índice de mortalidade preocupante: cerca de 2.300 mortes anuais. Além disso, é uma causa relevante no índice de faltas escolares e no trabalho e responsável por um número incontável de atendimentos ambulatoriais de urgência.

Diante das circunstâncias, o pneumologista e alergologista Ângelo Rizzo, da Unimed Recife, ressalta que o melhor caminho é o da prevenção. O especialista reforça a necessidade do acompanhamento médico regular e da atenção especial com crianças e idosos, os grupos mais vulneráveis. 

Embora ressalte a beleza do São João, o médico frisa que a estratégia mais prudente é se afastar de lugares com queima de fogos de artifício e das fogueiras. “Nossos pulmões não foram feitos para isso. O melhor mesmo é evitar”, enfatiza o especialista. Caso não seja possível ficar longe, alguns cuidados podem ser tomados para minimizar os efeitos. Fechar as janelas, usar toalhas molhadas nas frestas e remover a fuligem do interior dos espaços são algumas das orientações.

Em relação às chuvas, Dr. Ângelo Rizzo sublinha a importância de evitar a umidade dentro dos ambientes. “Se o mofo surgir, o vinagre borrifado ajuda a matar os fungos, porém, não elimina a umidade. Logo, enquanto houver umidade nas paredes - situação propícia a novos fungos – é recomendado borrifar vinagre de álcool puro semanalmente”, ensina. O pneumologista e alergologista também orienta a não dormir de cabelo molhado e, se levar chuva, trocar logo de roupa para não gripar, doença que costuma ser o gatilho mais frequente para a asma. 

A asma é um processo inflamatório dos brônquios. Entre os estímulos mais frequentes estão as gripes, os alérgenos (poeira doméstica e mofo), os poluentes (fumaça de cigarro, lenha, automóveis) e irritantes inaláveis (cheiros de tintas, solventes, etc). A asma não tem um tratamento que cura, entretanto, a maioria dos pacientes podem ter sua asma controlada com o tratamento adequado. 

No entanto, embora o cenário tenha evoluído nos últimos anos, a desinformação ainda é um dos principais problemas enfrentados tanto por médicos quanto por pacientes. E o resultado é que grande parte dos asmáticos sofre por não se tratar adequadamente, e isso inclui a automedicação. 

Sobre a asma

- A asma afeta em torno de 10% da população brasileira, ou seja, 20 milhões de pessoas em média;

- Causa cerca de 2.300 mortes por ano;

- No Brasil, a doença é responsável por 350 mil internações hospitalares, anualmente.

- É a quarta maior causa de internações hospitalares;

- O Nordeste é a região do país que concentra o maior número de internações de asmáticos por ano;