NOTÍCIAS

22/04/2016

Cesta básica em Caruaru continua a mais barata do que Recife

A pesquisa segue a metodologia do Dieese

Segundo levantamento feito pelos cursos de Ciências Contábeis e de Gestão Financeira do Centro Universitário do Vale do Ipojuca (UNIFAVIP) em Março, o custo da alimentação básica do caruaruense foi de R$ 253,51. A pesquisa segue a metodologia do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Foram elaborados e aplicados 329 questionários com trabalhadores sindicalizados e de associações de diversas categorias, selecionados por amostragem estratificada, representativa da classe de trabalhadores de Caruaru. No mês de Março, a cesta caruaruense continuou apresentando um valor menor que a de Recife. A diferença foi de R$ 93,70. A cesta caruaruense ainda mais barata em R$ 101,41 em relação à média nordestina e R$ 132,09 se comparada à média da cesta nacional. 

Considerando o gasto médio mensal dos 12 componentes da cesta, os que apresentaram os maiores pesos na determinação do valor total da cesta foram a carne (22,97%), o pão (18,38%), o tomate (11,46%) e a banana (11,10%). Em Fevereiro, a carne, o pão, o tomate e a banana, respectivamente, foram os itens que mais pesaram nos gastos alimentares do caruaruense.

Para comprar a quantidade necessária de carne para todo o mês o caruaruense precisou desembolsar em média R$ 58,24, o pão R$ 46,61, o tomate R$ 29,05 e a banana R$ 28,15.

 

COMPARAÇÃO NACIONAL, REGIONAL, LOCAL E COM A CAPITAL RECIFE

Em Março, o preço dos gêneros alimentícios essenciais aumentou em 16 capitais onde o DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica. As maiores altas foram verificadas em Vitória (4,19% - R$ 418,18), Palmas (3,41% - R$ 376,93) e Salvador (3,22% - R$ 348,71).

A cesta mais cara do país foi a de Brasília (R$ 444,74) e a cesta mais barata, foi registrada em Natal (R$ 325,98). Recife, continua entre as cinco cestas mais baratas do Brasil (R$ 347,21).

 

COMPARAÇÃO DE PREÇOS ENTRE ESTABELECIMENTOS

Na pesquisa, o cidadão caruaruense pode acompanhar os preços médios dos produtos que compõem a cesta básica por tipo de estabelecimento. São apresentados os preços médios dos produtos pesquisados simultaneamente nos supermercados e nos mercadinhos da cidade.

Acompanhando os preços de itens da cesta básica (estão de fora - a carne, o tomate, o pão e a banana), a pesquisa mostra que ficou mais caro, em média, comprar nos supermercados. Em média, se o cidadão comprasse os itens listados nos supermercados, sairia ganhando, já que a diferença entre os produtos mais baratos nestes estabelecimentos supera a dos mercadinhos. Comprando os gêneros listados acima nos supermercados, o consumidor gastaria em média R$ 27,99 enquanto que nos mercadinhos ele adquiriria os mesmos itens por R$ 28,76.

Em Março, comprar a maioria dos itens da cesta básica nos supermercados revelou-se a opção mais barata para o consumidor caruaruense, que gastaria a menos, em média, R$ 0,77, comparando com os preços dos mercadinhos. Agora ao se comparar os preços do tomate, da carne, da farinha e da banana entre os supermercados e as feiras. Se o consumidor caruaruense comprasse os três itens nos supermercados economizaria, em média, R$ 0,05.

Ao divulgar estas comparações de preços em relação aos estabelecimentos pesquisados, a equipe que elabora o índice da cesta básica mostra a importância da pesquisa de preços por parte do consumidor caruaruense no momento da compra de sua feira mensal. Pesquisando, comparando e pechinchando, o consumidor poderá economizar em suas compras mensais.

Em Março, observando-se os quatro itens comuns aos supermercados e feiras, revelou-se a opção mais barata para o consumidor caruaruense, a compra da carne e da farinha, nos supermercados, enquanto que a banana e o tomate estavam mais baratos na feira, desta forma, o consumidor caruaruense economizaria, em média, R$ 1,04.

 

CUSTO DA CESTA, HORAS TRABALHADAS E SALÁRIO MÍNIMO NECESSÁRIO

Levando em consideração o Decreto-lei 399 de 30 de abril de 1938, o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer, previdência social e, de acordo com a Constituição Federal de 1988 (Art. 7º – IV), o salário mínimo além de suprir as necessidades básicas anteriormente definidas, deve sofrer reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo.

Utilizando a metodologia do Dieese, que tem como base o Decreto-lei supracitado no que se refere à composição da Cesta Básica Nacional e à regulamentação do salário mínimo, pode-se estimar mensalmente o valor do salário mínimo necessário para suprir as necessidades básicas do trabalhador e sua família.

Uma família caruaruense deveria então receber um salário mínimo, em Março, de R$ 2.129,70 para a aquisição dos gêneros alimentícios básicos e dos outros itens já citados acima, garantindo, assim, a sobrevivência digna de um grupo familiar. Este valor representa aproximadamente 2,42 vezes mais que o salário mínimo de R$ 880,00 atualmente em vigor.

De acordo com o Ministério do Trabalho, ao considerarmos que a jornada oficial de trabalho é de 220 horas mensais, o trabalhador de Caruaru em Março utilizou 28,81% de todo o seu tempo de trabalho só com as despesas de alimentação.

 

Para pagar o valor apresentado pela cesta básica em Março, o assalariado caruaruense precisou trabalhar 63 horas e 23 minutos. Em Março, considerando o salário mínimo líquido, o trabalhador caruaruense desembolsou 31,31% da sua renda apenas com as despesas de alimentação.