Cuidado com a alergia alimentar na Páscoa
Em tempos de Páscoa, nos acostumamos a grande oferta de quitutes feitos de chocolate no mercado, como ovos de Páscoa, barras de chocolate, dentre outros. Os frutos do mar também estão em alta, por conta das tradições da Semana Santa. Neste período, é bom ter cuidado redobrado com as reações alérgicas causadas por estes alimentos e ficar atento principalmente com relação aos seus componentes.
Alergologista da Alergo Imuno, clínica especializada no diagnóstico e tratamento de alergias, Danielle Torreão explica que, normalmente, não é o chocolate em si que traz o desencadeador de reações, mas as substâncias que contém dentro dele. “As pessoas podem se confundir quando comem chocolate e sentem reações alérgicas, porque, geralmente, o que causa a alergia são as substâncias que estão dentro do chocolate, como o leite, nozes, avelãs e castanhas. O cacau é a substância que mais raramente produz alergias”, explica.
Os primeiros sintomas da alergia alimentar se manifestam na pele, através das coceiras e urticárias. Caso o paciente tenha esses sintomas, ou outros, como placas vermelhas na pele, inchaço nos olhos e dificuldade para respirar deve procurar um médico imediatamente. “Na avaliação do alergologista, ele irá fazer a diferenciação de qual componente causou a reação alérgica, se foi o próprio cacau ou outros ingredientes. Após o diagnóstico, o tratamento é não comer. Normalmente, o médico oferece outras alternativas, como o chocolate a base de soja, por exemplo”, afirma Danielle.
No caso dos frutos do mar, a recomendação é a mesma. As alergias de um modo geral precisam de uma predisposição genética do paciente para se desenvolver. “O caráter genético nas alergias é bem marcante. Muitas vezes o pai ou a mãe tem outros tipos de alergias e o filho acaba nascendo com predisposição à alergia aos frutos do mar. Quando ele entra em contato com esse alimento, a exposição pode produzir anticorpos contra a proteína contida neles e o paciente desenvolve o quadro alérgico”.
Também é importante não confundir reação alérgica com a intolerância. Na alergia, os sintomas costumam aparecer rapidamente, pois o corpo reconhece a substância como agressiva, por isso as reações na pele, como as urticárias, podendo haver manifestações intestinais também. Já a intolerância acontece quando o corpo não digere o alimento corretamente e acaba tendo reações gástricas, como vômitos, distensões abdominais ou diarreia. “Muitas vezes, o médico recebe pacientes com dor de barriga e outras reações do estômago, acreditando que está com alergia ao alimento, mas as vezes ele desenvolveu intolerância pela quantidade de gordura ingerida ou outros fatores. O diagnóstico do médico é essencial nesses casos”, orienta.