Era da humanização quebra-paradigmas nas empresas
Em nova curva de gestão, organizações passam a direcionar seus olhares para o cliente interno, entendendo-o como um ativo importante, a fim de que possam se manter competitivas. E isso independe do tamanho da empresa.
Foco nas relações internas, nos valores e no indivíduo, no entendimento sobre o comportamento humano nas organizações, na otimização de estratégias internas de gestão, na retenção de talentos, no aprimoramento de resultados e na reversão de posturas negativas. Essas são características da era da humanização (Human to Human – H2H). São passos que já foram dados pelas empresas em relação aos consumidores e, agora, vêm se estabelecendo no vínculo empresa-capital humano.
“O cliente interno também precisa de empatia”, ressalta o consultor executivo Rennan Brayner. Ele explica que essa postura marca a inserção de uma nova curva de gestão nas empresas, na qual os líderes e gestores começam a entender que o capital humano é um ativo importante para que as empresas se mantenham competitivas e obtenham resultados mensuráveis com qualidade e diferenciação.
A era da Humanização (Human to Human), explica o consultor, baseia-se na comunicação e, por meio dela, aposta na construção de vínculos saudáveis, produtivos e duradouros como meios para alcançar os objetivos traçados por todas as partes envolvidas. E isso independe do tamanho da empresa. Com esta tomada de consciência simples, percebe-se que as normas e padrões de conduta, políticas internas, comunicação constante e treinamento devem ser criados e clarificados. “É aqui que se definem as regras do jogo e o modo de comunicá-las aos seus parceiros, fornecedores, colaboradores e prestadores de serviços”.
O consultor lamenta que o modelo pragmático, orientado apenas em resultados (do ter que fazer, entregar, produzir, de forma rápida, barata, bem-feita e “fora da caixa”) ainda seja majoritário. Segundo ele, a mentalidade do empresariado atual se conforma e se retroalimenta com a premissa de que “tem que ser assim pra dar certo”, “é preciso pagar a conta”, ou ainda, “saber separar as coisas”. Brayner frisa que, enquanto as empresas insistirem nessa máxima de que “os problemas pessoais devem ser deixados da porta para fora”, os resultados continuam comprometidos.
Em contrapartida, evidencia o consultor, o modelo H2H atenta para a necessidade do gerenciamento das emoções, as quais não pedem licença, elas simplesmente acontecem por meio de um processo bioquímico neurológico. É assim que o sujeito sente raiva, medo, alegria e tristeza, de forma automática e inconsciente. “E, quando se vive alguma emoção, isso pode gerar um bloqueio das atividades racionais, dificultando ações e reações, a comunicação e, por consequência, os relacionamentos. Fatores que podem comprometer os resultados do todo. Talvez não seja à toa que comunicação e relacionamento sejam o calcanhar de Aquiles de grande parte das empresas”, analisa Brayner.
Muitas corporações já viraram ou estão virando essa chave, apostando na quebra de paradigmas, investindo na comunicação e na humanização das suas relações internas, com o foco direcionado à geração de vínculos e ao enaltecimento dos valores do humano. “Pessoas gostam de reconhecimento. E, pessoas felizes e satisfeitas com o que fazem, entregam o seu melhor. São premissas que se aplicam tanto à fidelização de clientes externos como no desenvolvimento e na retenção de talentos, de clientes internos”, salienta Brayner. “É a superação do Business to Business (B2B) e Business to Consomer (B2C) para o Human to Human (H2H)”, cenário no qual a impessoalidade é sinônimo de “padrão” e o objetivo das empresas é a “diferenciação”.