Goteiras, umidade e choques elétricos: os perigos silenciosos do tempo chuvoso em ambientes doméstic
Cuidados devem ser redobrados durante o inverno, principalmente em relação a crianças e idosos
O inverno começa oficialmente neste 21 de junho, mas chuvas intensas têm visitado diversos estados brasileiros, principalmente nordestinos, há várias semanas. Além dos riscos para populações moradoras de regiões mais vulneráveis, o fenômeno pode trazer apreensão também por conta dos perigos domésticos, diversas vezes escondidos em meio a muita água, umidade e temperaturas mais baixas.
Entre os contratempos mais comuns durante os meses chuvosos estão as goteiras, que deixam o chão recorrentemente molhado, um verdadeiro chamariz para escorregões e quedas. “É desta forma que geralmente acontecem as chamadas ‘quedas de mesmo nível’, quando a pessoa escorrega a partir da mesma altura em que está disposto e vem a cair”, alerta Wilson Leite, biólogo e coordenador de segurança do trabalho do Grupo Trino.
Ele acrescenta que idosos e crianças são os grupos mais suscetíveis a este tipo de incidente. “Os mais velhos, por causa da fragilidade óssea e muscular, somadas a um menor equilíbrio; e os pequenos, por estarem naturalmente mais próximos ao chão. Como a criança ainda não saber 'cair corretamente', existe grande risco de traumatismo cranioencefálico, causado por pancadas na cabeça”, acrescenta. “É importante que os moradores marquem, até com um 'x' no chão, o lugar em que essas goteiras estão para que sejam concertadas assim que as chuvas cessarem”.
Outro ponto que merece atenção redobrada são os fungos, o conhecido mofo, costumeiramente instalado em paredes, tetos e alguns tipos de piso, atingidos após serem encharcados pela umidade. São eles que criam o bolor escuro que toma conta de quartos, salas e banheiros, causando espirros, coriza e coceiras na pele. Além do desconforto, esses microorganismos podem desencadear comprometimentos para a saúde respiratória.
Para higienizar as superfícies atingidas por mofo é possível usar uma solução feita a partir de cinco colheres de sopa de vinagre branco para cada copo americano (cerca de 200 ml) de água morna. É a característica acidez do vinagre que promove uma limpeza efetiva, explica Wilson Leite. “Quando se usa somente água e sabão, o local permanece úmido e sem prevenção contra novo fungo porque o sabão não tem esse poder. O vinagre tem, porque possui ação neutralizante contra mofo”.
CHOQUES ELÉTRICOS
Instalações elétricas também devem figurar na lista de áreas com as quais se deve redobrar a prevenção. O ideal é que todos os fios e condutores de energia elétrica sejam embutidos, mas a realidade na maioria dos lares nacionais é de fio expostos e bem próximos do contato humano, o que requer estado de alerta mais intenso. “Com a umidade, essa extensão de risco elétrico pode, inclusive, estar na parede em si, porque se essa parede estiver energizada, pode causar uma descarga elétrica. O mais importante é evitar o excesso de fios ou fios descascados, muito próximos ao chão; também é recomendável usar protetores de tomadas, principalmente por causa da curiosidade das crianças e de animais de estimação”, finaliza.
