Reta final para ENEM exige cuidados com o emocional
Por causa da pandemia, o Enem 2020 foi adiado e tem data marcada para 17 e 24 de janeiro de 2021 na versão impressa e 31 de janeiro e 7 de fevereiro na versão digital. E com a proximidade das provas, cresce também a ansiedade dos candidatos, já que a ideia de que o Enem ou o vestibular vai definir o rumo de suas vidas– ou até mesmo adiar os planos por mais um ano – gera grande pressão e expectativa. O momento, então, nesta reta final, é de focar no fortalecimento da inteligência emocional para não deixar que o nervosismo atrapalhe.
De acordo com Jaime Cavalcante, coordenador de tecnologias educacionais do Colégio CBV, se a mente dos estudantes de Ensino Médio, com toda a pressão da despedida do ambiente escolar e entrada no ensino superior, já exige cuidados em situações normais, neste ano, marcado por tantas mudanças e incertezas por causa da pandemia, isso se torna ainda mais necessário. “A ansiedade, quando não é cuidada, pode gerar prejuízos para os jovens, diminuir a concentração e a capacidade de raciocínio, além de aumentar a dificuldade de interpretação, impactando no resultado das provas”, completa.
Mas então, o que esses estudantes podem fazer para cuidar do emocional nesta reta final? O coordenador afirma que a própria disciplina é um caminho para driblar a ansiedade. “Quando sente que está fazendo a sua parte, o aluno, no geral, fica mais calmo. Por isso, é preciso estabelecer uma sistemática de estudo e cumpri-la, respeitando sua condição individual. Cada um tem seu tempo, sua forma de estudar. É preciso traçar a sua estratégia de estudo e colocar em prática. Quando consegue atingir esse objetivo, automaticamente ele se sentirá mais confiante”, explica.
A escola e a família também podem, e devem, ajudar neste processo de cuidado com o emocional. “O jovem deve ser incentivado a encontrar maneiras de relaxar, limpar a mente em alguns momentos. Isso é muito importante, inclusive, para que consiga absorver as informações quando está estudando”, ressalta Jaime, reforçando que são várias as alternativas de relaxamento possíveis, a depender do perfil da pessoa.
“Pode ser a prática de alguma atividade física, meditação, leitura por diversão, etc. São várias as ferramentas que podem ser buscadas para limpar a mente e renovar o fôlego para administrar os estudos”, completa. O segredo está em entender que o relaxamento não tem a ver com descaso. “Não é desprezar os estudos ou ter momentos de irresponsabilidade. É cuidar da mente para ter um desempenho melhor no futuro”, diz.
É o que tem feito o estudante do 3º ano do CBV, Fábio Unizzi. Para ele, nesta reta final, o mais importante é equilibrar as horas de estudo com as sono e de lazer, para manter a cabeça funcionando bem e a ansiedade sob controle, mesmo com a pressão das provas cada vez mais próximas. “Tenho feito revisões e prática de exercícios nas minhas horas de estudo e procuro sempre fazer um exercício leve durante a manhã, pode ser corrida ou andar de bicicleta. Também tenho visto filmes, documentários e séries indicadas pelos professores, pois é uma forma mais leve de estudar”, conta.
LIV – A pandemia exigiu que estudantes e escolas se adaptassem a novos formatos de ensino e aprendizagem, nunca antes vividos. Segundo Jaime, foi preciso inovar dentro desta nova sistemática de aulas virtuais e, posteriormente, híbridas para não piorar a saturação que já é normal para os alunos do Ensino Médico e que chegam ao terceiro ano em um ritmo intenso de estudos.
“Entendendo a importância, ainda maior, do cuidado com o emocional durante a pandemia, no CBV, nós adaptamos não só o formato de aulas das disciplinas convencionais, mas também os encontros do LIV - Laboratório Inteligência de Vida, que seguiram acontecendo de forma remota, como um espaço para que os alunos conseguissem expressar seus anseios, lutos, medos e dúvidas”, explica Jaime.
De acordo com o coordenador, nas aulas do LIV o estudante é conduzido a abraçar as suas questões emocionais e a entender que não pode mudar o que sente, mas que pode aprender o que fazer com seus sentimentos, o que faz toda a diferença na hora de transformar a ansiedade em confiança.